Artigo do professor Zoel aponta desigualdade social no Brasil

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Reunião do G20 e o capitalismo

O G20 (grupo dos 20) é um grupo constituído por ministros da economia e presidentes de bancos centrais dos 19 países de economia mais desenvolvidas do mundo mais a União Européia. Criado em 1999, na esteira de varias crises econômicas da década de 1990, o G20 é uma espécie de fórum de cooperação e consulta sobre assuntos financeiros. Possui vários objetivos, dentre eles: debates sobre políticas globais para promover o desenvolvimento econômico mundial de forma sustentável; criação de formas para liberação do comércio mundial; entre outros.

Entre os dias 7 e 8 de julho passado, os membros do G20 se reuniram em Hamburgo, Alemanha e o que me chamou a atenção nesse encontro, e por isso trago cá essa discussão é que ocorreram varias e grandes manifestações sobre os males causados pelo capitalismo. Isso mesmo, em um país onde mais se obtém benefícios gerados por esse sistema econômico, o lema dos manifestantes era: #WELCOMETOHELL (bem vindos ao inferno).

Meus amigos e amigas leitoras, discutir sistema capitalista no Brasil atual, devido ao nosso conservadorismo e falta de consciência de classe é coisa de “ultrapassados”, “comunistas”. Isso porque nosso país é um exemplo do quanto desumano é esse sistema econômico que gera um lucro para uma minoria, em detrimento de uma situação de miséria para uma maioria. Não é a toa que o Brasil é hoje um dos países onde existe a maior desigualdade social do mundo.

Enquanto, em nosso país, discutir o capitalismo é coisa de “ultrapassados”, em parte do mundo, em que o nível de conhecimento é maior do que o nosso, onde a consciência de classe existe ou melhor, onde o pobre entende que é pobre e sabe porque é pobre, onde a classe media entende que é classe media e não se acha elite e onde também a elite entende que a sua própria sobrevivência passa por uma melhora das condições de vida de todos, e esse local é a Alemanha, discutir o capitalismo não é coisa de “ultrapassados”. O capitalismo implantado no Brasil criou, em sua maioria, um ser humano individualista que só pensa em seu próprio umbigo. Isso ocorre porque nosso sistema educacional é um sistema repetidor da sociedade e não transformador. Em razão desses fatos entendo o porque da não discussão do capitalismo em nosso país.

Imagino como opinariam os revoltosos de Hamburgo ao conhecerem as reais situações sociais da maior parte da população brasileira e sabendo que essa maior parte reproduz os pensamentos das elites. Como exemplo temos a atual aprovação das reformas trabalhistas que estão, claro, irão beneficiar os patrões e aumentar a exploração dos trabalhadores. Até a próxima.