20 de novembro: Dia da consciência negra

Trago a discussão o dia 20 de novembro que hoje em dia é comemorado “o dia da consciência negra”.

Durante bastante tempo comemorou-se o dia 13 de maio como data maior para os afrodescendentes no Brasil, já que foi nesse dia do ano de 1888 que a princesa Isabel pôs fim a instituição escravidão e não fim aos negros brasileiros. Por que afirmo isso? Durante bastante tempo foi ensinado que os imigrantes europeus vieram para o Brasil para substituir a mão de obra escrava negra africana. Por que substituir? Os negros foram mortos? Expulsos do Brasil? Não, porem mesmo assim o Estado brasileiro subsidiava a vinda de imigrantes europeus para o Brasil e não subsidiava a introdução dos negros no mercado de trabalho.

Nesse período, segunda metade do século XIX, existia uma teoria antropológica que tentava explicar o subdesenvolvimento com base na mistura de raça, ou seja, o Brasil era um país subdesenvolvido porque sua população era resultado da miscigenação de 3 raças: o nativo(índio) o branco(europeu) e o negro(Africano), e o Brasil só iria se tornar uma grande potencia quando a raça branca tornar-se única em nossa sociedade e isso ocorreria quando depois de 3 mistura entre branco e negros.

A eugenia influenciou muitas pessoas no Brasil e principalmente aquelas que tinham o poder político nas mãos e em razão disso os imigrantes europeus receberam do estado brasileiro mais apoio do que os ex escravos. Na realidade o que se pretendia na época era branquear a sociedade brasileira.

Essa discussão é levantada atualmente exatamente pela existência do dia 20 de novembro (data da morte de um dos lideres do quilombo de palmares, maior exemplo da resistência do negro à escravidão), dia da consciência negra, momento importante para que nos possamos compreender o presente aprendendo com o passado e melhorando nosso futuro. Até a próxima.

 

Professor Zoel Garcia Siqueira é diretor nesta entidade sindical