Quando os alunos ensinaram os seus professores

Na tentativa de refazer uma reorganização nas escolas publicas da rede estadual de ensino (sim minha amiga leitora e meu amigo leitor você leu refazer, porque esse mesmo governo já aplicou um projeto igualzinho a esse no ano de 1996 e o resultado ficou muito longe do esperado), a organização dos alunos em manifestações contrária a essa proposta foi digna do título desse artigo.

Desde o final da década de noventa, do século passado, até o ano atual (nesse ano a greve durou mais de 90 dias), os professores, por intermédio do seu sindicato a APEOSP, não conseguiram lograr êxito em suas reivindicações, enquanto que os alunos deram uma verdadeira aula de democracia e conseguiram fazer com que o governador do Estado suspendesse esse não tão novo projeto de reorganizar as escolas da rede publica Estadual em ciclos únicos.

Como pretendo fazer deste espaço um espaço de reflexão eu pergunto: Por que os alunos conseguiram “vencer” o governo estadual e os professores sempre saíram derrotados?

Infelizmente, em nossa sociedade, a educação é prioridade para menos de 10% da população. A grande maioria se preocupa mais com a saúde, emprego e segurança, não compreendendo que sem educação a saúde fica prejudicada, uma vez que não há prevenção. A mão de obra fica desqualificada e menos valorizada, aumentando o desemprego e a exploração e com isso a questão social se acentua, que em meu ver é o grande causador da violência.

Portanto, entendo que essa falta de interesse pela educação é um dos fatores que fazem com que os movimentos chefiados pelos educadores não consegue sensibilizar a opinião publica, os meios de comunicação e a sociedade como um todo. Já esses garotos e garotas conseguiram não só demonstrarem o quanto é bonito e importante fazer política, como deram uma verdadeira aula para seus mestres de como vencer o Governador.

“Ninguém sabe tanto que não tenha nada a aprender, como ninguém sabe nada que não tenha nada a ensinar”. Até a próxima.

O autor é professor Zoel Garcia Siqueira