Assembleia de servidores recusa incorporação abono

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A assembleia do Sindserv, na noite de segunda-feira, nas fotos de Paulo Passos

Os servidores municipais de Guarujá lotaram seu sindicato (Sindserv), na noite desta segunda-feira (17), e rejeitaram proposta da prefeitura de incorporação de abono à folha salarial.

O abono, de R$ 200, pago desde agosto de 2014, com acordo para incorporação em agosto de 2015. A categoria rejeitou o índice sugerido pela prefeitura, de 1,90% do salário, e quer a manutenção dos R$ 200.

A presidente do sindicato do funcionalismo, Márcia Rute Daniel Augusto, comunicou por ofício o resultado da assembleia à prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB), nesta terça-feira (18).

“Acertamos ao convocar a assembleia, contrariando a pretensão da prefeitura”, diz a sindicalista. “A incorporação linear traria enormes perdas aos servidores, principalmente aos de baixos salários”.

Márcia pondera que um trabalhador com salário de R$ 1.500, por exemplo, que hoje recebe R$ 1.700, com o abono de R$ 200, passaria a ganhar R$ 1.528,50 com o 1,90%, com redução de R$ 171,50.

Ela destaca que o sindicato organizou detalhadamente a assembleia, inclusive providenciando listagens e cédulas para votação individual, caso houvesse dúvida na aclamação.

Hora da morte

“Num momento em que o custo de vida está pela hora da morte, ninguém pode ter redução de ganho”, reclama a presidente do Sindserv. “No mínimo, a conta teria que empatar com os R$ 200”.

A assembleia ficou em caráter permanente e será convocada a qualquer momento, seja para analisar possível nova proposta da prefeitura ou para cobrar resposta em caso de indiferença.

O secretário do Sindserv, Edler Antônio da Silva, reclama que a prefeitura, no documento de oito páginas que enviou ao sindicato, na semana passada, não explicitou o impacto do abono e de sua incorporação.

O sindicalista calcula que os R$ 200 representam, em um ano, R$ 13.200 milhões na folha. Ele multiplicou o valor por 12 meses, chegando a R$ 2.400 por servidor. E o resultado, por 5.500 funcionários de cargos permanentes.

O tesoureiro do sindicato, Zoel Garcia Siqueira, enaltece o “processo democrático e transparente aplicado pela diretoria do sindicato, que fica mais bonito quando tem o auditório lotado”.

Saia justa

“Mais uma vez”, diz Márcia, “a prefeitura coloca a direção do sindicato e a própria categoria numa saia justa. Em cima da hora, perto do fechamento da folha de agosto, ela vem com essa proposta discutível”.

“O problema”, continua a sindicalista, “é que, apesar de discutível, não temos tempo suficiente para discuti-la. Por isso, a diretoria do sindicato convocou a assembleia o mais rápido possível”.

A proposta foi encaminhada ao sindicato, na terça-feira (11), pelos secretários municipais de administração e finanças, Juliano Oliveira de Souza e Armando Luís Palmieri.